Quando um cliente chega ao seu consultório, o primeiro passo é avaliação, correto?
Pois, infelizmente, ainda existem profissionais que desconhecem muitos dos objetivos, técnicas e instrumentos que podem ser aplicados nesse primeiro passo do processo de cuidado em nutrição.
Focadas na necessidade da utilização eficaz, revisaremos, neste artigo, como a avaliação em nutrição funciona, qual a sua importância e as principais categorias envolvidas e padronizadas para melhorar a eficácia dessa tarefa. Confira!
O que é avaliação em nutrição e qual a sua importância?
A avaliação em nutrição consiste na obtenção e no cruzamento de dados relacionados à alimentação e nutrição de uma pessoa ou de uma população.
O objetivo é prover um diagnóstico em nutrição, para que, assim, seja aplicada a intervenção adequada.
Por exemplo, o paciente foi encaminhado com o diagnóstico médico de alergia ao glúten.
Cabe a você realizar a avaliação e desenvolver um plano alimentar que cubra as necessidades de energia e de todos os nutrientes necessários à pessoa, mas que não inclua alimentos com o glúten.
É a partir da avaliação que é encontrada a etiologia, ou seja, a causa, do problema em nutrição.E a intervenção deve ser focada para resolver ou minimizar a etiologia do problema.
Além disso, é na avaliação que são encontrados os sinais e sintomas, ou indicadores, que indicam que há um problema relacionado à alimentação e nutrição.
Esses indicadores anormais devem ser melhorados ou resolvidos após realizada a intervenção em nutrição.
Quais são as partes, ou categorias, da coleta de dados que devem ser analisadas durante a avaliação em nutrição?
Como mostrado, a avaliação em nutrição é de suma importância para identificar o problema do cliente. A seguir, veremos quais são os principais dados que devem ser coletados durante esse processo!
História do cliente
Vários dados do cliente são coletados nessa parte da avaliação. O histórico familiar é um deles.
É fundamental conhecer os antecedentes médicos, pessoais e familiares. Isso significa avaliar a presença de doenças crônicas, cirurgias pregressas e internações anteriores.
Nessa fase, é sugerido questionar ao cliente sobre as condições de saúde de familiares de primeiro grau, como pai, mãe, irmãos e outros.
O histórico pessoal deve ser bem explorado. Por exemplo, se a pessoa faz uso de medicamentos que interferem no estado nutricional, é necessário que o nutricionista tenha conhecimento disso.
Há medicamentos que aumentam ou reduzem o apetite, ou alteram o paladar. Portanto, dados sobre medicamentos utilizados pelo cliente são de extrema importância durante a avaliação em nutrição.
Mas não é só isso. Nessa fase, é preciso saber sobre doenças.
Um cliente que teve câncer, por exemplo, pode ainda ter sequelas nutricionais, como deficiências de certos nutrientes, consequência de tratamentos de quimioterapia e radioterapia, por exemplo
História relacionada à alimentação e nutrição
Muitas perguntas devem ser feitas sobre a alimentação do cliente, além de apetite, sintomas gastrintestinais, fraqueza, perda de peso recente, dificuldade de mastigação e deglutição, entre outros.
O hábito alimentar, por exemplo, é determinado pela forma como uma pessoa usa os alimentos à sua disposição.
Por isso, desde a seleção até o modo de preparo devem ser considerados.
Vale lembrar que o hábito é definido pela cultura e pelos costumes de cada povo, religião adotada, influência de grupos familiares e de convívio, acesso à informação, região de moradia e outros.
Achados físicos focados na nutrição
O exame físico é parte importante da avaliação. Para isso, é essencial treinamento e conhecimento do profissional que o realiza.
Alguns sinais são especialmente importantes de serem identificados, como presença de edema, atrofia muscular, excesso de gordura e sinais de deficiências de micronutrientes, como de vitaminas e minerais.
Medidas antropométricas
Há várias medidas antropométricas que podem ser realizadas na avaliação. Pode ser avaliado o peso e a estatura, e calculado o índice de massa corporal (IMC).
Também podem ser medidas as circunferências da cintura e do quadril, as dobras cutâneas, entre várias outras.
Nessa categoria também entra a avaliação da composição corporal. Um instrumento comumente utilizado é a bioimpedância elétrica.
Nesse caso, é usada uma medida que avalia a resistência oferecida pelos tecidos corporais, por meio de uma passagem de corrente elétrica pelo corpo.
Assim, é possível determinar a água corporal, a massa magra e o percentual de gordura do corpo.
Dados bioquímicos, testes e procedimentos clínicos
Achados do exame físico nutricional podem identificar deficiências de nutrientes e de energia.
Os dados bioquímicos e outros exames podem comprovar se o problema é real, se está relacionado à nutrição ou se é devido à outras causas.
Dados laboratoriais comuns na rotina da avaliação em nutrição são a hemoglobina e o hematócrito, o colesterol plasmático e suas frações, a albumina sérica, que indica processo inflamatório, cálcio, fósforo, potássio, sódio e vitaminas sanguíneas.
Quais são os impactos de a avaliação em nutrição?
A avaliação em nutrição profunda e detalhada é de extrema importância não somente para definir o diagnóstico preciso e a intervenção adequada em nutrição, mas também para definir o monitoramento e para aferir se o tratamento escolhido foi bem sucedido.
Ou seja, os mesmos indicadores que estavam anormais na avaliação, devem ser analisados durante o monitoramento e a aferição de resultados, para definir se o problema do cliente foi resolvido.
Portanto, os dados obtidos na avaliação iniciam e finalizam todo o processo de cuidado em nutrição. O objetivo é trazer os resultados esperados ao cliente, da intervenção em nutrição.
Como foi dito, aplicar a avaliação em nutrição de forma adequada tornará o seu trabalho mais confiável e preciso, impactando, inclusive, na busca por seus serviços e confiabilidade do mercado.
Então, ficou alguma dúvida sobre o assunto ou deseja compartilhar as suas experiências conosco? Deixe o seu comentário!