Quando um cliente busca um nutricionista, seja por vontade própria, seja por indicação, é comum que ele vá com o intuito de ter uma vida mais saudável por meio de uma alimentação mais equilibrada.
Para atingir esses objetivos, as técnicas de preparo de alimentos têm um papel essencial e devem ser ensinadas detalhadamente.
A consulta com um nutricionista envolve diversas etapas, que vão desde avaliação até a intervenção, com a elaboração de um plano alimentar.
Contudo a orientação sobre como preparar as refeições corretamente e de maneira saudável complementam o atendimento, fazendo com que o cliente saia mais esclarecido e pronto para aplicar as mudanças.
Ficou interessado em saber mais sobre a importância dessa orientação e como ela deve ser feita? Então continue acompanhando a leitura!
Importância dos cuidados com o preparo dos alimentos
A maneira na qual uma comida é preparada influencia diretamente na segurança do consumo daquele alimento e também no equilíbrio da refeição.
Quando preparadas sem a higienização correta, sem o cozimento adequado e sem respeitar outras orientações, podem causar problemas à saúde, como intoxicações e doenças.
Tanto a composição da comida quanto seu modo de preparo (se é frito, cozido, assado etc.) têm a capacidade de fazer com que o alimento fique mais saudável e com que a refeição seja mais equilibrada em questão de nutrientes e calorias.
Sem falar no sabor, um fator que também tem grande importância.
Mas essas orientações de cuidados com o preparo não servem apenas para quem deseja ter uma alimentação mais saudável em casa.
Essas informações também são valiosas para aqueles clientes que consultam um nutricionista para descobrir o que fazer dentro de uma cozinha de um restaurante, por exemplo.
Logo, saber orientar e educar os clientes sobre esse assunto é muito importante, independentemente da finalidade. Afinal, o alimento deve nutrir e ser seguro, especialmente quando for consumido por diversas pessoas.
Modos saudáveis de preparo dos alimentos
Os alimentos podem ser consumidos crus ou cozidos. Em alguns casos, a ingestão deles crus garante melhores qualidades nutricionais.
Já em outros, é indispensável cozinhar o alimento para que ele não represente riscos — como é o caso do frango e do ovo, que quando não atingem a temperatura certa podem transmitir Salmonela.
O ideal é que as refeições sejam equilibradas, sem exageros e com a maior quantidade de cores possível. Além disso, é importante fazer boas escolhas para garantir fontes de proteína, carboidratos e gorduras.
É bom optar, sempre que possível, por alimentos mais naturais e menos refinados para evitar problemas de saúde como a obesidade.
Cozinhar também é uma maneira de facilitar a digestão, deixando a mastigação e deglutição mais rápida. Isso faz com que todo o processo seja mais rápido e que a energia seja absorvida mais rapidamente.
Aprender a cozinhar os alimentos foi um processo transformador para o desenvolvimento de nossa sociedade.
Por meio do calor, transformamos o sabor, cor e textura da comida. Sendo 4 tipos principais de cocção, todos adequados se aplicados corretamente.
1. Calor úmido
Apesar de ser mais lento, é considerado um dos melhores métodos de cocção, uma vez que preserva sabor e cor dos alimentos.
É feito utilizando água ou vapor, que entram em contato com a comida, cozinhando e amolecendo ela lentamente, além de deixá-la mais úmida.
O calor úmido líquido se baseia em cozinhar os alimentos diretos em líquidos, como a água. Bons exemplos são as fervuras, o pochê e o fogo brando.
Já o vapor é, basicamente, a cocção sem contato direto com o líquido, sendo ou não com pressão ou em papelote.
2. Calor seco
O calor seco pode ser tanto com gordura, como a fritura por imersão e o salteado, quanto sem óleo, que é o caso dos alimentos assados no forno e feitos em grelha ou churrasqueira.
Todos os métodos são seguros para consumir, desde que feitos com moderação, especialmente a fritura.
3. Calor misto
O calor misto combina o tipo úmido com o seco, ou seja, nele o preparo começa com ou sem gordura e é finalizado com líquidos.
Um exemplo disso é uma sopa na qual salteamos alguns temperos e depois adicionamos água e outros legumes.
4. Calor por micro-ondas
Nesse tipo de cocção, pode ou não ser utilizado um líquido, como sopas, ensopado e pratos com grãos, mas é considerado um calor úmido.
Esse processo é o contrário dos restantes, nos quais a comida é aquecida de fora para dentro, conforme o calor externo entra em contato com ela.
No micro-ondas, só as moléculas de água contidas no alimento são aquecidas e passam o calor para o ambiente.
Esse processo ocorre devido às ondas eletromagnéticas e, por isso, o tempo de cozimento depende do teor de água que o alimento contém, bem como a densidade dele, tamanho, entre outros fatores.
É um processo que não modifica o sabor dos alimentos. No entanto, para obter um resultado satisfatório com esse método de cocção, são necessários alguns cuidados.
Entenda:
- é necessário deixar os alimentos sólidos descansarem por alguns minutos antes de serem servidos e após serem cozido ou reaquecidos;
- líquidos devem ser adicionados na metade do tempo de cozimento para auxiliar na distribuição uniforme do calor;
- é preciso ter cuidado para que a espessura do alimento não seja maior que a penetração das ondas a fim de evitar com que fique cru no centro, deixando vivos microrganismos como a Salmonella;
- o ideal é deixar que os alimentos congelados descongelem em baixas temperaturas (como dentro da geladeira) antes de serem aquecidos uma vez que não conduzem bem o calor;
- se atente ao tipo de recipiente utilizado, pois apenas o vidro, porcelana sem decoração, papel e plástico resistentes ao micro-ondas são indicados.
Características do preparo saudável dos alimentos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), existem algumas regras e orientações nutricionais que determinam se o alimento é apropriado para o consumo, sendo uma referência mundial.
Elas incluem processos para compra e elaboração e são denominadas Regras de Ouro da OMS.
Confira:
- não são de origem clandestina;
- passaram por um bom processo de cocção e foram higienizados;
- foram evitadas as sobras;
- foram bem armazenados;
- passaram por um reaquecimento adequado;
- não foram misturados alimentos crus e cozidos;
- foram preparados com mãos bem limpas;
- ficaram protegidos de insetos e animais;
- foram feitos utilizando água pura;
- a cozinha foi mantida limpa durante o preparo.
Vigilância sanitária e os alimentos
A Vigilância Sanitária dos Alimentos tem o papel de fiscalizar locais que produzem e comercializam alimento, de modo a garantir que o estabelecimento siga as regras e produza refeições próprias para o consumo.
Entre suas funções, podemos citar as atividades educativas, investigação de surtos alimentares, atendimento, queixas e denúncias, avaliação de rotulagens, coleta de alimentos, fiscalização para emissão do alvará da Vigilância Sanitária, entre outras.
As técnicas de preparo de alimentos desempenham grande papel na segurança alimentar, sendo importante que as pessoas saibam como aplicá-las, especialmente as que produzem e comercializam comidas.
Para garantir a qualidade desse ensino, uma opção é realizar cursos para se aprimorar na área e ser capaz de transmitir conhecimentos mais completos aos seus clientes.
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