Desnutrição, do diagnóstico ao tratamento direcionado

Por mais que a situação de saúde e nutrição no mundo esteja melhorando com o acesso a médicos, à alimentação, educação e ao saneamento básico, saber como conduzir um diagnóstico de desnutrição ainda se faz necessário, uma vez que esse problema segue representando grandes riscos para o bem-estar da população.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, são 178 milhões de crianças que sofrem com desnutrição.

É estimado que, dos 20 milhões de jovens que sofrem da fase aguda, apenas 3% receberá um tratamento adequado e suficiente para preservar suas vidas.

Visto a amplitude da subnutrição, é indispensável que um profissional da área da saúde esteja preparado para essas situações.

Quer saber como? Continue acompanhando!

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Conheça as principais causas desse problema

A desnutrição é uma doença que pode ter diversas causas relacionadas. As mais comuns são a pobreza e a falta de segurança alimentar, que tornam as refeições saudáveis mais difíceis de serem alcançadas.

Existem, também, as regiões de desastres naturais — como terremotos, tsunamis e guerras — que, além de deixar muitas famílias desabrigadas, comprometem a disponibilidade dos alimentos.

Além disso, essa doença também está associada a uma idade avançada, uma vez que idosos acabam apresentando dificuldades na alimentação ou absorção de alimentos.

Em casos de cirurgias e algumas enfermidades, a alimentação também pode ser prejudicada, fazendo com que o indivíduo não alcance suas necessidades nutricionais.

Por isso, a desnutrição não está associada a apenas uma idade ou situação, até mesmo a obesidade pode estar associada a esse diagnóstico.

Entenda a necessidade de um diagnóstico certeiro

A desnutrição pode ter consequências muito graves, dependendo das condições anteriores de saúde, da magnitude do problema, do tempo de alteração nutricional, da presença de outras doenças etc.

Visto esse cenário, é indispensável que o diagnóstico seja correto para prosseguir com uma intervenção e não deixar que a doença avance.

Além disso, caso um paciente seja internado devido a outras enfermidades, e a desnutrição passar despercebida, a tendência é que o quadro se agrave conforme o passar do tempo de hospitalização, fazendo com que o estado nutricional fique cada vez pior e gere um ciclo vicioso.

Esse é o problema de saúde que também aumenta muito as chances de complicações e resultados desfavoráveis, como é o exemplo dos casos que desencadeiam deficiência na cicatrização de ferida e alterações nos mecanismos imunológicos do internado.

Como resultado, temos elevação da taxa de infecções, maior frequência de novas internações, risco aumentado de morte, altos custos com a saúde e aumento do tempo de hospitalização do indivíduo, sendo indispensável prosseguir com uma intervenção rapidamente.

Descubra as características da desnutrição

A desnutrição não se trata apenas de uma doença. Ela também é conhecida como “desordens de má nutrição”. Afinal, atualmente, é vista como um conjunto de distúrbios que incluem as consequências patofisiológicas de ingestão insuficiente de nutrientes, jejum prolongado e injúria.

Está sempre associada a uma mudança na composição corporal e à diminuição de função, que é causada pela inflamação grave ou persistente que acarreta na redução de massa magra.

De acordo com o consenso da American Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ASPEN) e da AND, a desnutrição é classificada em três tipos que podem variar ou se juntar no caso de um só cliente. Confira!

Desnutrição relacionada a doenças ou condições crônicas

Nesse caso, a inflamação é aguda ou grave, como quando há grandes infecções, pneumonia, grandes queimaduras, traumas, lesões na cabeça fechada, infecções de feridas, síndrome de distresse respiratório do adulto, injúria pulmonar aguda, sepse, cirurgias eletivas grandes etc.

Desnutrição relacionada à doença ou injúria aguda

É caracterizada por uma inflamação crônica de grau leve ou moderado. Alguns exemplos são: doença renal crônica, insuficiência cardíaca congestiva, artrite reumatoide, diabetes, doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças gastrintestinais, síndromes de má absorção e obesidade sarcopênica.

Desnutrição relacionada a circunstâncias ambientais e sociais

Ela ocorre quando existe uma baixa ingestão alimentar crônica, mas não associada a inflamações. São exemplos: pobreza, anorexia nervosa, negligência, depressão, estrutura esofágica benigna, fragilidade e qualquer problema que cause a falta de interesse em se alimentar ou o acesso limitado às refeições.

Saiba como é feito o diagnóstico de desnutrição

No caso dos adultos, os principais indicadores clínicos para identificar a desnutrição são: ingestão alimentar insuficiente, perda de peso não intencional, achados físicos (perda de massa muscular, perda de gordura subcutânea, retenção hídrica), redução da função física, entre outros.

Já no caso das crianças, a definição dos indicadores de desnutrição são semelhantes aos dos adultos, porém com critério de avaliação que considera o desenvolvimento e crescimento do jovem. Como exemplo, temos a recomendação do escore Z, que determinada a gravidade da situação.

Se tratando da má nutrição em pediatria, o Processo de Cuidado em Nutrição é caracterizado como um desequilíbrio entre a ingestão de nutrientes e as necessidades, causando déficit de micronutrientes, proteína e energia, que resulta em um impacto negativo no desenvolvimento da criança.

Conheça os procedimentos do tratamento

A desnutrição é dividida em dois tipos: aguda (quando tem a duração de menos de três meses) e crônica (nos casos em que permanece por três meses ou mais tempo).

Ela pode ou não estar associada a outras enfermidades causadas por fatores ambientais e comportamentais.

Os fatores ambientais devem ser levados em consideração justamente por afetar o tratamento, uma vez que costumam envolver condições socioeconômicas, bem como má disponibilidade de alimentos e distúrbios de comportamento complicados, como a aversão alimentar e a anorexia.

A diminuição da ingestão, a alteração da utilização, o aumento das necessidades e/ou aumentos das perdas são alguns mecanismos que contribuem para o desequilíbrio de nutrientes, que leva à desnutrição.

Eles podem ou não estar inter-relacionados e geralmente são mais comuns nos países em desenvolvimento ou já desenvolvidos.

Com essa quantidade de fatores e causas, esse problema se torna amplo, o que dificulta uma padronização do tratamento.

Esse processo de intervenção e resolução varia para cada causa, de forma que a cura possa ser definitiva.

O diagnóstico de desnutrição é uma parte essencial do trabalho de nutricionistas e profissionais da área da saúde, sendo indispensável estar a par dos procedimentos e dados desse problema.

Para isso, vale investir em cursos voltados para a área. Se não sabe por onde começar, o Instituto Cristina Martins é referência no ensino desse campo, sendo de grande ajuda para quem deseja se aperfeiçoar.

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