De acordo com a Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade), mais de 50% da população se encontra em situação de sobrepeso.
Desse total, cerca de 15% é representado por crianças, lembrando que a obesidade pode ser causada por herança genética ou por maus hábitos alimentares e sedentarismo.
Levando todos esses dados em consideração, decidimos desenvolver este artigo para explicar a relação entre a obesidade e a doença renal crônica.
Tem interesse em saber mais? Para isso, continue a leitura!
Como a obesidade e a doença renal crônica estão relacionadas?
Pouco se fala da conexão entre a obesidade e as doenças renais. No entanto, o acúmulo de gordura no organismo é capaz de provocar irregularidades no sistema excretor, danificando os órgãos que purificam os fluidos do corpo humano.
A principal função dos rins é filtrar os componentes da corrente sanguínea que, logo depois, são enviados para o coração.
Além disso, eles também secretam hormônios, regulam a quantidade de líquido no corpo e a pressão arterial.
Ao aumentar a massa corporal, o nível de trabalho dos rins também se eleva, já que a área que precisa ser irrigada aumenta.
Então, eles podem inclusive atingir a sobrecarga, pois devem trabalhar mais para filtrar o sangue.
Essa condição é chamada de glomerulopatia e a obesidade pode ser um grande fator para o seu desenvolvimento.
Aliás, pessoas acima do peso têm a tendência de apresentar doenças como o diabetes e hipertensão. Ambas contribuem para a saturação da função renal, danificando os rins com o passar do tempo.
Para os clientes que chegaram a um estágio grave de doenças renais crônicas, é recomendado o tratamento por meio da diálise, a fim de reforçar a funcionalidade do órgão, expelindo as impurezas do sangue.
Como prevenir esse problema?
A melhor forma de prevenir a doença renal crônica é tomando medidas profiláticas contra a obesidade.
O controle do peso colabora para manter as taxas de glicose no sangue e o nível de pressão dentro da média.
Além do mais, ter hábitos saudáveis é essencial para todas as pessoas. Entre eles, pode-se citar as práticas a seguir:
- manter-se hidratado, já que o ideal é que um adulto ingira, no mínimo, 2 litros de água por dia;
- controlar o colesterol, visto que ele pode causar problemas como a hipertensão;
- evitar o excesso de sal, já que, assim como o mau colesterol, ele altera o nível de pressão;
- praticar exercícios físicos frequentemente, visto que o hábito contribui para a regulação do metabolismo e para a prevenção do sedentarismo;
- cortar cigarros e o uso excessivo de álcool.
Como é feito o diagnóstico da doença renal crônica?
Devido à progressão lenta da doença renal crônica, os rins são capazes de se adaptar à diminuição da sua função.
Então, é comum que não hajam sintomas evidentes até que os rins sejam gravemente comprometidos.
A partir disso, é possível notar alguns sinais desse problema, como:
- inchaço nos olhos;
- desconforto ao urinar;
- alteração na cor da urina;
- aumento no volume da urina;
- enjoos e vômitos;
- inchaço nos tornozelos e nos pés;
- fraqueza;
- anemia;
- dor na lombar;
- alteração na pressão arterial.
Ao notar alguns desses sintomas, é normal que o cliente vá a um médico para procurar descobrir a causa do problema.
Nesse momento, para realizar o diagnóstico da doença renal crônica, podem ser feitos dois exames, que são o de urina e o de sangue.
A análise da urina pode detectar a presença da proteína albumina, enquanto o exame de sangue observa a existência de excesso de creatinina.
Devido à disfunção, os rins absorvem ou eliminam as substâncias de modo desordenado, provocando um desequilíbrio no organismo que pode ser identificado por meio desses exames.
Quem pode desenvolver essas doenças?
Todas as pessoas estão suscetíveis a desenvolver essas condições, inclusive as crianças, como dissemos anteriormente.
Por essa razão, ter uma alimentação balanceada e cultivar hábitos saudáveis no dia a dia evita as doenças renais e a obesidade, além de contribuir para proporcionar uma melhor qualidade de vida.
Por isso, fazer os exames de check-up regularmente e buscar orientações de profissionais — por exemplo, nutricionistas, pediatras, nefrologistas, endocrinologistas e cardiologistas — são hábitos essenciais para garantir que a saúde está em dia.
Como um nutricionista pode ajudar?
O acompanhamento em nutrição é importante para receber orientações sobre a alimentação, exercícios físicos adequados, ingestão de água, entre outras práticas.
Com base no perfil do cliente, o nutricionista conseguirá encontrar as atividades ideais para iniciar uma rotina mais saudável e evitar esses tipos de problemas.
No caso da doença renal crônica, é importante destacar que ela é irreversível e progressiva, ou seja, até o momento não existe cura para o problema.
No entanto, o cliente pode viver com qualidade de vida satisfatória ao realizar o tratamento adequado.
Para isso, é comum que sejam unidos medicamentos, mudanças no estilo de vida e prescrição de dietas.
Dessa forma, a atuação da nutrição é fundamental para a estabilização da doença ou redução da velocidade da progressão.
Afinal, o profissional consegue realizar a avaliação nutricional, orientar sobre os exercícios físicos, aconselhar e fornecer suporte sobre a mudança no estilo de vida, direcionando também o cliente ao abandono do tabagismo, como por meio de tratamentos psicológicos e medicamentos.
Além disso, o nutricionista também auxilia no tratamento da dislipidemia associada à obesidade e à doença renal crônica, promovendo a redução nos níveis de colesterol, que trazem benefícios tanto para os rins quanto para o sistema cardiocirculatório.
Nesse sentido, a orientação é evitar o consumo de frituras, carnes gordurosas e molhos industrializados.
Esse profissional também consegue promover o controle adequado da pressão arterial.
Para isso, torna-se necessário restringir o uso do sal, evitando temperos prontos, sucos industrializados, queijos, salames e alimentos enlatados.
Outra função do nutricionista no tratamento é o controle adequado da glicemia.
Isso se dá por meio da promoção de uma dieta com base na redução de carboidratos como arroz, massa e batata, além de dar preferência para o consumo de alimentos integrais.
Ainda que cada cliente necessite de uma dieta individual e personalizada de acordo com o seu caso, de modo geral, a alimentação de quem tem obesidade e doença renal crônica deve ter uma dieta com restrição de sal (média de 3 g por dia).
Na fase mais avançada, deve ocorrer ainda a restrição de água mineral e demais alimentos que tenham uma quantidade excessiva de potássio e/ou fósforo, como carne, leite e produtos industrializados.
Agora que você conhece a relação entre a doença renal crônica e a obesidade, é muito mais fácil direcionar recomendações mais específicas para o cliente, a fim de garantir um resultado ainda mais eficiente para a sua saúde, não é verdade?
Nunca se esqueça de alertá-los sobre os perigos de uma alimentação inadequada, principalmente acompanhada do sedentarismo.
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Muito enriquecedor o conteúdo, esses materiais aprimoram ainda mais nosso conhecimento!